terça-feira, 26 de abril de 2011

A Teologia do Deus Garçon

A TEOLOGIA DO “DEUS GARÇOM”
                                                                                                       Marcelo Melo




Capítulo I- A LEI DA PROCURA E OFERTA


Em qualquer compêndio de Administração de Empresas ou Marketing é facilmente verificada a veracidade da ideia que quem dita o ritmo e as diretrizes do Mercado é a procura, quem tem em estoque o que o Mercado busca, tem o total controle da situação, não adiantaria hoje por exemplo, uma grande loja de departamentos tem para vender um grande estoque de máquinas de datilografia de última geração, ou aparelhos de som para tocarem discos de vinil altamente sofisticados, os computadores a cada dia providos de mais recursos, mais compactos e os Mps da vida que nunca se sabe exatamente em que número se encontram (da última vez que eu soube, acho que era MP10, mas sei lá...) estão ai sinalizando com bastante visibilidade que máquinas de escrever e toca discos de vinil estão em desuso e que no máximo podem compor o acervo de um museu de que mostra peças de um passado recente da humanidade, é neste pensamento capitalista que caminhamos, o Marketing cria a necessidade do consumo de produtos e serviços, sob o primeiro apelo de facilitar e melhorar a nossa qualidade de vida, até tornar os seus produtos e serviços, de uso essencial e de 1ª necessidade, provocando a nítida sensação de que é impossível viver sem eles, e os que insistem em andar na contra-mão deste avanço tecnológico, são taxados de arcaicos e ultrapassados, sendo em algumas ocasiões até motivo de riso e chacota por parte dos ditos modernos e avançados. A minha geração, viveu a infância, adolescência e os primeiros anos da idade adulta sem o telefone celular, fui apresentado à essa tecnologia aos 28 anos, e só tive acesso a ela aos 30 anos, quando possui um daqueles com dupla função, tanto servia como telefone com “arma branca” pelo peso, tamanho e formato, que assemelhava-se em muito à um tijolo... Pois é, mas tente convencer até mesmo uma criança de 10 anos de que o celular é um objeto supérfluo ou opcional, ela terá um sem-fim de argumentos para contrapor o seu ponto de vista e irá taxá-lo na melhor das hipóteses, de louco, o mesmo acontece com a internet, e outras tecnologias tomadas nos dias de hoje como essenciais para a vida.
Não estou aqui fazendo apologia ao arcaísmo, muito pelo contrário, acho que o bom uso da tecnologia é salutar e de suma importância, o exemplo que usei foi apenas para que possamos de melhor forma nos situarmos quanto à maneira a qual o Mercado se comporta com relação ao que podemos ver e principalmente com relação ao que existe e que sem uma visão crítica não podemos perceber com facilidade.
E isso acaba tornado-se ideológico em nossas vidas de forma dogmática, transferindo a necessidade do consumo para todas as áreas e a todos os aspectos da nossa vida, e quase sem nos sentirmos, colocamo-nos na qualidade de consumidores até no que diz respeito à nossa fé.

Capítulo II- A BENÇÃO DO SENHOR E O SENHOR DA BENÇÃO


A ideia que temos acerca de Benção, chega aos nossos ouvidos via de regra como agraciamento, do recebimento de algo incomum, seja no campo material, físico ou mesmo sobrenatural, o pensamento é, se recebemos, vivemos ou sentimos algo fora da normalidade, somos abençoados, caso contrário a benção passou longe de nós, e isso gera um sem fim de sentimentos opostos, que vão desde de uma sensação de frustração a um ceticismo árido e sufocante, principalmente quando isso vem acompanhado de aparentes “derrotas” ou “ insucessos” que produzem uma “crosta” de amargor, e em seja qual for o extremo acaba provocando um vazio existencial terrível.

A compreensão de Benção deve passar sempre por entendermos à luz da Bíblia qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em nossas vidas (Romanos 12:2) e que a nossa relação com Deus deve ser sempre bilateral, não no sentido de barganhar ou negociar com Ele, mais no tocante a buscarmos ter uma íntima relação com o nosso Pai Celestial, pois é nisto que encontraremos equilíbrio, principalmente quando encontrarmo-nos em meio à adversidades, lutas, dificuldades ou aflições, situações que são inerentes à nossa condição de seres humanos (João: 16-33) e infelizmente, ou felizmente não existe porções ou receitas mágicas para isso, tal coisa só acontece, quando há de nossa parte uma vida de fé, devoção e compromisso, em sermos parte produtiva na implantação do Reino de Deus, cuja a necessidade dispensa totalmente as “sanguessugas espirituais” aqueles que se alimentam de mensagens de positivismo, que são motivados a serem SUPER CRENTES, que são abençoados, ricos, saudáveis, bonitos, com status social, que conseguem obter vantagem em qualquer contexto em que estejam inseridos, são os Mais em tudo, autossuficientes pela fé, se é que isso pode ser possível, trabalhados numa espécie de “Programação Neurolinguística da fé” onde não se consegue ver muita diferença em um pregador e um palestrante conceituado em Cursos, Palestras e Simpósios de Auto-ajuda, área esta, onde inclusive alguns pregadores deste tipo de mensagem já se fazem conhecidos e gozam de bastante conceito no meio secular entre os consumidores deste tipo de atividade, uns já são até convidados como palestrantes, outros fazem bastante sucesso como integrantes de empresas de Marketing Net work, onde são pelas performances de produção e pela retórica, os mais requisitados para palestras.
Outra vez reitero que que não estou condenando esta ou aquela atividade profissional, pois não há nada de ilegal em fazer palestras para motivar pessoas, mas o estímulo ao “TER”, mais do que ao “SER”, não pode ser a tônica dos que se dizem anunciadores de BOAS NOVAS, daqueles que tem à Bíblia como regra de fé e prática, e ter a meta de “Prosperar” como o CARRO-CHEFE da sua fé. Então entendemos que não podemos ter direitos de Filho, sem exercermos deveres de Servo, não se pode querer as Bençãos do Senhor sem querer o Senhor da Benção. Esse pensamento é constantemente alimentado por uma teologia envolvente e com fortes indícios de desvio de seriedade, com uma hermenêutica produtora de um FUNDAMENTALISMO DE CONVENIÊNCIA, onde textos e passagens bíblicas são desprovidas do seus contexto para exemplificarem situações onde “esperar em Deus” implica em “receber a vitória” e o pré-requisito
para tanto passa apenas pelo cumprimento de algumas “obrigações momentâneas” e essa temática é difundida por eloquentes pregadores com refinados conhecimentos de Marketing em várias esferas, que somente olhos bem atentos e ouvidos bem treinados podem captar o que realmente está sendo feito, e acaba que esse tipo de mensagem acaba por facilmente passar-se por “pregação do evangelho” quando na verdade passou longe disso.
Como eu disse anteriormente, é o Marketing quem dá as diretrizes do Mercado de consumo, cria necessidades, provoca interesses, e a apresentação de tudo que é oferecido é rigorosamente pensada nos mínimos detalhes, para que possa aparecer no Mercado de forma atrativa, desde às embalagens, o público-alvo, entre outras coisas possuem um direcionamento preciso, e dai fazerem um sucesso tremendo , o mesmo acontece neste tipo de pregação, os apelos de mídia mostram pessoas que migraram do fracasso ao sucesso de forma normalmente meteórica, indo muitas vezes , bastante além do que imaginavam sobre ser bem sucedido, passa por músicas muito bem compostas em sua forma melódica, bem apresentadas por artistas e músicos profissionais, muitas vezes “convertidos” em escritórios de gravadoras, mediante a assinatura de vultuosas somas em dinheiro por um generoso contrato, e os “pregadores” são, não pastores ou missionários, mas advogados e altos executivos destas Empresas Eclesiásticas, adjetivos como CAMPEÃO, VENCEDOR, e situações colocadas sob o ponto de vista incondicional, com PROSPERAREI, TRANSBORDAREI, provocam nas pessoas, sensações de euforia levando a graus preocupantes de autossuficiência, pois se o que é proposto ali é condicionado ao momento, é o simples cumprimento de uma determinada obrigação, normalmente financeira, é que vai determinar o sucesso ou fracasso daquela iniciativa de fé, “-cumpri o que pedia a Campanha, tchau Deus, até a próxima” é como fica dito no subconsciente das pessoas que aderem a essa prática. E porque isso sempre funciona? É simples e na receita não consta nenhum ingrediente sobrenatural, é puro Marketing, afinal tudo que é bem apresentado e bem oferecido, é bem vendido.


Capítulo III - “SANTO ENDOMARKETING QUE ESTÁS NOS LIVROS”


Para os conhecedores do assunto, o termo supracitado, não representa nenhuma novidade, mas para os leigos requer uma explicação simples e de fácil compreensão, ENDOMARKETING, nada mais é do que Marketing Interno, é a visão de muitas corporações atualmente, no sentido de produzir melhorias e benefícios aos seus colaboradores e associados, (Termos utilizados nos dias de hoje para referir-se à empregados diretos ou indiretos) eu mesmo trabalhei em uma Empresa, que em todas as festas, promoções e benefícios, fazia questão de incluir os funcionários das empresas que ela contratava, isso também é visto dentro de Estatais, pois um público interno satisfeito e motivado é capaz de produzir números grandiosos, e isso foi percebido e devidamente incluído nesta teologia, que pela natureza dos seus propósitos não descuida-se de nenhum item de sua imagem corporativa, existem até algumas que possuem um Manual de Imagem Corporativa, nos mesmos moldes de Empresas seculares de grande porte, dai ver-se a constante alimentação do egocentrismo de seus líderes subalternos e de seus membros, fazendo-os realmente crer que estão em condição de superioridade em relação as outras pessoas, à outros líderes e à outros ministérios que não detém esta maneira de ver a Implantação do Reino de Deus.
Se partirmos deste pressuposto, o ENDOMARKETING de Jesus era horrível, ele ao contrário das grandes corporações, não dava VALE-TRANSPORTE, não dava VALE- COMPRAS, não fazia FESTA DE ANIVERSARIANTES DO MÊS, nem de FIM DE ANO, não dava PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS, não SORTEAVA CARROS, e contrariando também os ministérios que também se referenciam assim, Ele não PROMOVIA CAMPANHAS DA FOGUEIRA, não PROMOVIA EXCURÇÕES À PREÇOS MÓDICOS À TERRA SANTA COM CONEXÂO EM PARIS COM 3 HORAS PARA VISITA À TORRE EIFFEL, AO ARCO DO TRIÚNFO E COMPRAS NOS PRATA PORTEUX DAS GRANDES GRIFES DE ALTA COSTURA da França, o chamado de Jesus era, é e sempre será o mesmo, SEGUE-ME, e Ele sempre deixou claro o que isso significava “Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm os seus covis , e as aves do céus, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. “(Mat.8:20), “Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”(Mat.16:24), deixando de forma bem clara que isso não poderia ser algo condicional ou provisório:” quem não toma a sua cruz e não vem após Mim, não é digno de Mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.”(Mat.10:38-39) e mesmo quando deixou claro que vem em socorro dos seus, Ele vem demonstrando que atua na nossa impossibilidade, e que isso não era para o gozo de deleites, luxos ou prazeres, mas mostrando que o milagre e o referencial de fé está no repartir porções:” Está ai um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tanta gente? Disse Jesus, fazei o povo a assentar-se; pois naquele lugar havia muita relva. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil. Então Jesus tomou os pães e tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes quanto queriam. E quando já estavam fartos, disse Jesus aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca." (Mat.6:9-12)...- É, pode ser, mas isso não vende, então você jamais verá a utilização de textos assim em igrejas de "Porta Larga".
O convite de Jesus, na verdade é uma conclamação, que implica em negação, separação(santidade), sacrifício e serviço, nós é que temos que servi-lo, e não ele a nós, afinal de contas o Espírito Santo não é Matrie e Deus não é Garçom.




sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu Recomendo!

Porque Estamos Aqui?

Teologia, porque estamos aqui?


Eu gosto de citar I Tim. 3:1 quando diz que “ Esta é uma Palavra Fiel: Se alguém deseja o Episcopado, excelente obra deseja” E eu pergunto, porque estamos aqui? Porque é necessário estarmos aqui estudando? Partindo desta pergunta, eu gostaria de começar falando de mim mesmo, e de como eu me tornei no que sou hoje, e quando eu terminar esta breve reflexão, alguns vão vibrar, outros vão aplaudir, outros vão chamar para si a responsabilidade, outros vão torcer o nariz, outros vão dizer que eu sou louco, outros vão repudiar e até indignar-se, mas não se preocupem, porque o objetivo é justamente esse, que de uma maneira positiva ou negativa, vocês possam sentir-se impactados ou no mínimo incomodados, e sejam convidados a pensar sobre o que foi dito.
Eu professo a fé evangélica desde que nasci, e sou Bisneto de Pastor, venho de uma família evangélica por parte de pai e mãe, a pelo menos 4 gerações,o meu irmão mais novo também é Pastor, e eu tenho nessa geração da minha família primos e tios Pastores, eu não conheci o meu Bisavô, ele morreu 3 anos antes de eu nascer, mas eu tenho certeza de que quando nos encontrarmos no céu, ele vai me olhar e vai dizer: “PENTECOSTAL E ARMINIANO?” Entra logo, vai apanhar quando chegar em casa...” Bem, mas voltando a mim, eu nasci no seio da igreja presbiteriana, e nela fui criado e congregado até os 5 anos de idade, quando a minha família envolveu-se no 1º movimento de renovação espiritual no coração do Calvinismo brasileiro, é claro que houve um “RACHA” e a minha família estava no meio, o grupo deixou a igreja todo junto cantando “OBRA SANTA DO ESPÍRITO ESTA CAUSA É DO SENHOR” e sendo chamados de “BODES” porque segundo os tradicionais,”quem “BERRA” é bode...
Na minha família, o meu avô e a minha mãe, foram de fato queimados pelo Espírito, o meu pai foi apenas chamuscado, mas mesmo assim acompanhou o grupo do reteté presbiteriano, de repente eu me vi no meio de uma gritaria que eu do “alto” dos meus 5 anos de vida eu não entendia muito bem do que se tratava, mas eu gostava, e lá permaneci até os 14 anos, fui uma criança atuante na igreja e estava começando a me tornar um adolescente da mesma forma. Quando por questões de natureza político-eclesiásticas, a minha família retorna ao braço tradicional da I.P, mas não abandonou o reteté não, continuando a frequentar reuniões de oração, eu passei a ter outras influências, lí todos os livros do Rev. Cáio Fábio, estive no famoso Congresso GERAÇÃO 90, e vibrei quando o Pr. Ricardo Gondim chamou a Bíblia de “MANUAL DO FABRICANTE” (expressão que eu uso até hoje) virei surfista, mas era íntimo do irmão Paulinho FOGO PURO e da irmã Mariazinha SAPATINHO DE FOGO, e nesse contraste eclesiástico, eu vi muita coisa boa, mas também vi cada coisa de arrepiar os cabelos, fui para um Seminário Confessional Presbiteriano e tive a confirmação de que realmente deveria ir para lá, através de um Profecia numa reunião de oração, depois de passar a tarde orando e pedindo confirmação sem falar nada para ninguém. E o que eu aprendo com isso? Que apesar de mim, Deus ao longo destes anos veio trabalhando a minha personalidade, e me aperfeiçoando para a obra. Eu sabia fazer simplesmente TUDO na igreja, eu fui líder de adolescentes, presidente de mocidade, ministro de louvor, líder de intercessão e pregador, eu conhecia todas as nuances da igreja, e o principal, eu tinha VIDA para respaldar as minhas atividades. Havia quem dissesse que eu estava PRONTO, jovem, mas com experiência o suficiente para assumir um ministério sem maiores dificuldades.
Pois é, esse chamado deu-se na minha vida aos 16 anos,e por mais que eu fizesse planos contrários a esse chamado, “ele” me cercava por todos os lados, e de uma forma que eu podia sequer contestar...
Lá fui eu, estudar no concorrido e hoje extinto STF, (Seminário Teológico de Fortaleza) da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, cursar o Bacharelado em Teologia,e cheguei lá me achando, eu era o “KARA” na igreja, o que aqueles caras que estavam lá antes de mim poderiam saber mais que eu, que passara toda a minha vida na igreja e já tinha lido a Bíblia toda um monte de vezes? Cheguei lá disposto a revolucionar o lugar.
Para familiarizar-me com o lugar, cheguei uns 5 dias antes do inicio das aulas, que eram de 2ª a 6ª no horário noturno das 18 às 22 horas, chegando lá os veteranos começaram a me zoar, olhei os livros dos caras na estante, e fui logo dizendo que gostava muito de ler, e que também tinha trazido alguns livros. ai eu sofri, “ O que foi que tu trouxe ai calouro? EDITORA BETÂNIA? “Foge Nick foge”? “O Discípulo” de Juan Carlos Ortiz? “A 4ª Dimensão” de Paul Young Chow? É claro que eu nem tirei os livros da bolsa... Peguei um livro de filosofia de um colega para dar uma foleada, foi uma grande frustração, quanto mais eu lia, menos eu entendia, devolvi o livro com a nítida sensação de teria muitos problemas de aprendizado ali naquele lugar...
Porque estamos aqui? Porque Deus não escolhe os capacitados, mas Ele capacita os escolhidos, e essa capacitação inicia no nosso nascimento, mesmo que você tenha nascido num caminho bem distante e diferente dos caminhos do Senhor, quer sejam eles aparentemente bons ou maus caminhos, todas as coisas que você vive, aprende e até o que você sofre ou pelo que você se desespera ao longo de sua vida é ferramenta de trabalho do escolhido, e consequentemente, útil na obra, e esta etapa que vocês estão iniciando hoje, muito embora seja uma etapa fundamental ,é só uma etapa.
Porque estamos aqui? Porque a igreja, o povo de Deus e a própria instituição precisam de líderes sérios, comprometidos com Deus e com as verdades santas, éticos, responsáveis e conscientes, para que não possamos ver pessoas sendo enganadas aos borbotões por pseudo-pastores que pegam o microfone e falam “MEU AMIGO, MINHA AMIGA!” para que não sejamos mais vítimas dos que vendem “milho ungido, água fluidificada, areia do Monte Sinai, pedrinhas do Mar da Galiléia e lenços de milagre em nome de Jesus”, extorquindo os parcos recursos do nosso tão sofrido povo, para que enquanto povo que adora a Deus, não sejamos engrupidos por ministros de auto-unção, o camarada simplesmente decide o que ele agora vai ser e se unge, eu me unjo Pastor ou Bispo ou Apóstolo, agora tem até um “Pai apostólico” e um, pasmem, “ABBA PAI”. Tem um camarada ai de Manaus, que copiou um sistema evangelístico usado na Colômbia, criado pelo Pastor local César Castelaños, importou para o Brasil, causou um bafafá danado, rompeu e separou a igreja local que fazia parte, colocou o método acima da própria mensagem do evangelho em si, se declarou Apóstolo, depois Pai Apostólico, e agora é “ABBA PAI” acreditem, é verdade... Não iria me surpreender nada se surgisse um CARDEAL EVANGÉLICO ou um PAPA GOSPEL decidindo o que melhor seria para a cristandade evangélica através de “BULAS INFALÍVEIS” cujo o conteúdo poderia se equiparar à Bíblia em termos credibilidade e exigindo ser chamado de “SANTIDADE”. Ou ainda mais trágico, mas infelizmente não menos improvável, aparecer alguém dizendo ser Deus, e o pior, tendo quem acredite nisso.
Porque estamos aqui? Porque queremos aprender de forma correta, coerente, centrada e contextualizada, para que a velha, todavia imutável, inerrante mensagem do evangelho, possa chegar aos ouvidos do homem moderno, de forma que ele possa ser confrontado com o poder da Palavra, que ele possa ser impactado pelo poder da Palavra, e por ela possa ter a sua vida transformada!
Porque estamos aqui? O cidadão que quer se profissionalizar ajudando pessoas prescrevendo remédios, exames, fazendo consultas, tratamentos e cirurgias, decidiu ser um? Médico. O cidadão que quer profissionalizar-se defendendo causas, interesses de terceiros, utilizando as leis de uma forma mais profunda e abrangente, torna-se um? Advogado. Ou ainda o cidadão que deseja trabalhar projetando, executando projetos, coordenando grandes obras e incorporações, definindo através de plantas e alguns equipamentos os rumos de construções,tem que se tornar um? Engenheiro. E porque médicos, advogados e engenheiros precisam estudar? Porque vão lidar com situações sérias, a vida e a saúde das pessoas, os interesses e as causas das pessoas,a moradia das pessoas... Então eu pergunto, existe algo mais importante para Deus do que o Homem? É, alguém pode dizer,” mas Professor, em nenhuma dessas profissões tem a Bíblia para se referendar!” Lutero dizia com muita sabedoria e propriedade, que “a Bíblia é a Mãe de todas as Heresias”, e se você pegar todas essas seitas que se dizem cristãs, vai verificar que elas possuem algum “embasamento Bíblico” algum texto foi usado de forma errônea, causando estragos via-de-regra irremediáveis!
Porque estamos aqui? Porque a subjetividade do que está escrito nos convida a um aprofundamento e ao aprendizado, para que possamos ser uma liderança que atenda os anseios das pessoas no contexto que vamos estar inseridos.
Temos visto alguns irmãos até bem intencionados, mas totalmente despreparados para lidar com situações adversas que se apresentam em meio à sua comunidade,o que nos faz na maioria das vezes, sermos vistos pela sociedade no mínimo como gente estranha, com comportamento esquisito que falam coisas confusas, que possuem um gosto duvidoso no que se refere ao modo de vestir-se, e que possuem uma postura muitas vezes inadequada e inconveniente, isso quando não somos chamados de loucos, alienados, pela posição de omissão, nos colocando à parte do que acontece no contexto que nos cerca, sob a alegação de sermos “cidadãos do céu” o que engrossa o coro dos que nos chamam de fanáticos ou ainda o mais comum, somos vistos como povo que possui uma liderança inescrupulosa, que engana e abusa de pessoas de boa fé e pouca instrução, e temos vivido num contexto em que Pastor é sinônimo de “LADRÃO” e onde um PAI DE SANTO é um referencial de seriedade maior que nos.
Porque estamos aqui? Por quem você prefere ser atendido, por um médico ou por alguém que de tanto adoecer e viver em hospitais, se julga capaz de diagnosticar tratar e curar qualquer doença, por quem você prefere ser atendido, por um advogado, ou por alguém que de tanto responder processos nas esferas cível, criminal ou familiar,se julga com os conhecimentos jurídicos suficientes para resolver a sua questão? Você teria coragem de comprar um apartamento no décimo andar sem que a planta do edifício fosse assinada por um engenheiro? Melhor não arriscar não é verdade? É bem verdade que existem pessoas naturalmente talentosas para o exercício de determinadas funções, concordo, mas o talento sozinho não determina o sucesso, este só vem se vier combinado de esforço e nem no dicionário TALENTO vem antes de ESFORÇO , e o aprofundamento é sobremodo essencial na carreira que nos está proposta.
Porque estamos aqui? Para podermos agregar o conhecimento à vontade de servir na causa do Mestre e ao amor pelas vidas, e estes dois últimos são ingredientes mais que necessários na composição do líder que o presente século exige, e novamente eu volto a falar de mim. O acesso ao conhecimento torna as pessoas menos pacientes com os “leigos”
e não é difícil verificarmos uma certa arrogância por parte dos que detém o conhecimento, e existe a natural tendência aos estudantes a quererem tornar-se teóricos e críticos do que estão estudando, no meu caso eu fui mais além, e acabei me tornando um pensador crítico da igreja, é claro que a intenção era boa, mas de gente bem intencionada,o inferno anda cheio, e eu vejo pessoas com bacharelado, mestrado, doutorado e PHD em teologia, cheios de soberba e arrotando arrogância, ao invés de colocarem o seu conhecimento a serviço da obra de Deus, diante disso eu recuo no tempo até a época dos reformadores, já pensaram se o Dr. Lutero, ao invés de publicar as suas descobertas e divulgar o que Deus o revelara através dos seus estudos e pesquisas, ele os tivesse simplesmente guardado para si, ou o tivesse apresentado apenas à cúpula teológica local na Universidade de Winttenberg ? Provavelmente nos ainda estaríamos ajoelhados diante de estátuas, utilizando-nos de rosários bentos, comprando “relíquias sagradas”,como a areia do local onde estão enterrados 50 dos 12 apóstolos de Jesus e que tem o poder de cura a qualquer um que tocá-la, pregos da santa cruz, penas da asa do anjo Gabriel ou ainda estaríamos desembolsando altas quantias em dinheiro na compra de indulgências no intuito de livrar do purgatório as almas de nossos entes queridos...
Já imaginaram se John Wesley se negasse a divulgar o seu método? Quantas pessoas deixariam de ser alcançadas pela mensagem do Evangelho? Vemos em Wesley a necessidade de estudar atrelada ao desejo de servir. Já imaginaram se Aimee Semple McPherson se negasse a apresentar ao mundo a sua visão do Evangelho Quadrangular?
E eu gosto de pensar no que Deus vai dizer aos CRÍTICOS-PENSADORES da igreja no dia do acerto de contas, e eu imagino que Deus dirá algo parecido com o que disse a Jó, no texto que se encontra em Jó 38: 4 a 41 que se inicia com uma perguntinha básica,
Onde estavas tu?” Onde estavas tu teologozinho? Onde estavas tu bacharelzinho? Onde estavas tu mestrezinho? Onde estavas tu doutorzinho? Onde estavas tu PHDzinho? Quem é você para se posicionar simplesmente como CRÍTICO-PENSADOR da “MENINA DOS MEUS OLHOS?” Usaste o que eu te proporcionei para ajudar a vidas que Eu te confiei cuidar a livrar-se do inferno? Por ventura utilizaste o conhecimento e a capacidade que te entreguei no auxílio as pessoas? Na orientação, para não fossem vítimas de desmandos, explorações e outros males que compõem o caos social em que o meu povo se encontra? Pois tenham certeza de uma coisa: A igreja, não a instituição, a igreja “Povo que adora a Deus”, ela não se importa com o quanto você sabe, até ela saber o quanto você se importa!
Porque estamos aqui? Misture os conhecimentos adquiridos à vontade de servir e ao amor pelas vidas, e tenha sempre em mente o conselho do Apóstolo Paulo em Romanos 12: 1 e 2,que diz:
rogo-vos pois irmãos, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional, o não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que possais entender qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
E que para como ele,você também possa dizer o que está escrito em II Timóteo 4: 7 e 8, que diz:
Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual, o Senhor, Justo Juiz me dará Naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
E que você possa ao longo desta carreira estar sempre se perguntando, PORQUE ESTOU AQUI?