quarta-feira, 25 de maio de 2011

APOSTOLICIDADE MODERNA

REFLEXÕES SOBRE A “APOSTOLICIDADE” MODERNA

Antes de mais nada, se faz necessário que eu coloque aqui, que o meu objetivo nesse texto, não é criticar o ministério nem o chamado de quem quer que seja, primeiro porque não possuo autoridade para isso, e segundo que o meu Ministério não consiste nisso. O que pretendo, é tecer à luz da Bíblia, algumas considerações a respeito dos que se intitulam ou são intitulados “APÓSTOLOS” nos dias de hoje.

DEFINIÇÃO E ETIMOLOGIA

A palavra Apóstolo dentro do contexto bíblico é de exclusividade do Novo Testamento, ela é citada 79 (Setenta e nove) vezes no N.T, sendo 10 (Dez) vezes no Evangelhos, 28 (Vinte e oito) em Atos, 38 (Trinta e oito) nas Epístolas, e 3 (Três) no Apocalipse. A maneira a qual pronunciamos em português, é na verdade uma transliteração da palavra grega apostolos (apostolós) que deriva-se da palavra grega apostellein (apostellein) que possui a conotação de enviar, dando ênfase à Grande Comissão (Marcos 16:15), sendo esse um termo – título dado e instituído pelo próprio Jesus àqueles que estiveram com Ele de uma forma mais próxima e direta de convivência atendendo ao seu chamado de forma específica. Sendo assim, os elementos básicos da apostolicidade devem levar em consideração a autoridade de quem envia e a responsabilidade de que é enviado.

QUEM É APOSTÓLO DE FATO?

De acordo com o N.T (Mateus 20:4) foram 12 (Doze) os que receberam do Senhor Jesus essa função específica, a saber: Simão Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o zelote e Judas Iscariotes que o traiu. O que os diferenciava dos demais discípulos do Mestre era justamente a autoridade para pregarem em Nome de Jesus e para expulsarem demônios (Marcos 3:14-15) e essa atividade era bastante limitada, enquanto da presença física de Jesus aqui na terra, tendo ela consolidado-se em sua plenitude depois da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, e tendo a partir de então sido isso uma constante, conforme nos relata o Novo Testamento (Atos 12:43 e 8:13), sendo a confirmação destas autoridade, a realização de Sinais, Prodígios e Maravilhas. Conferida tal autoridade aos Apóstolos eles puderam determinar os rumos da igreja e da pregação do evangelho, sendo que além “ficar em Jerusalém” a única ação executada por eles foi a escolha de Matias para o lugar deixado por Judas Iscariotes, mas mesmo assim, a escolha se deu de forma indireta, uma vez que foram lançadas “sortes” entre Matias e José Barsabás, o Justo, subintendendo-se que houve a intervenção de Deus nesta escolha, (Atos 1:23-26).
Ainda dentro da perspectiva bíblica sobre autoridade apostólica, encontramos outros dois exemplos que são claramente percebidos como sendo legítimos, a saber Barnabé e Paulo (atos 13: 44-52 e 14: 1-7) enfatizando o versículo 3 do capítulo 14 de Atos, como elemento sobrenatural de Deus para a confirmação desta autoridade apostólica. O Novo Testamento não nos dá muito detalhes a respeito do Apóstolo Barnabé, salvo o paroxismo que teve com Paulo à cerca da ida ou não de João Marcos para a missão, e o seu trabalho bastante produtivo na igreja de Antioquia (Atos 11: 22-24) Mas acerca de Paulo, o grau de reconhecimento de Apostolicidade, apresentado de forma abrangente, e sob os mais diversos aspectos, havendo uma total consonância entre a apostolicidade dele e dos que andaram com Jesus de forma física e presencial ( I Coríntios 9:1, II Coríntios 12:12, Gálatas 1:1 ) e é certo que Paulo em diversas ocasiões pôde provar a sua autoridade Apostólica, muito embora ele não a enaltecesse, muito pelo contrário (I Coríntios 15:9).





A APOSTOLICIDADE NA HISTORICIDADE ECLESIÁSTICA

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo(...) (Efésios 4:11)
Antes de qualquer comentário a respeito deste tópico, é de fundamental importância observarmos um dado Histórico – Eclesiástico importante: Depois da morte dos Apóstolos, ninguém reclamou para si tal titularidade ou autoridade, é certo que os santos daquele período da história da igreja tinham outras preocupações, entre as quais manterem-se vivos para pregar o evangelho, acredito eu ser a principal delas, e observemos que homens como Inácio, Bispo de Antioquia, (que chegou a conviver com alguns Apóstolos), Policarpo, Bispo de Esmirna e Justino Mártir, que pelo que sofreram por amor a Cristo entre tantos outros, poderiam classificar-se como
Homens dos quais o mundo não era digno(Hebreus 11:35), mas nem eles, nem os que se seguiram fizeram tal reivindicação, nem mesmo os Bispos de Roma, os chamados sucessores de São Pedro, também conhecidos como PAPAS, quiseram denominarem-se Apóstolos.
Lutero em sua Teologia, que suportava-se em nomes como Agostinho defendia o “Sacerdócio Universal de Todos os Crentes”, tal pensamento, dá uma conotação apostólica à missão da igreja, mas mesmo assim, a exemplo dos que os antecederam os cristãos protestantes das mais diversas correntes históricas, também não buscaram “resgatar” a autoridade apostólica.

A MODERNA APOSTOLICIDADE

Como podemos ver, a fé cristã tem passado por constantes transformações ao longo dos anos,
Heresias, Concílios, Bulas Papais, Indulgências, Reforma, Correntes Reformadas, Diversidade de Igrejas, Avivamentos, mas existe um movimento que funciona como um “Divisor de Águas” na história da igreja, eu estou me referindo ao movimento pentecostal. O movimento pentecostal resgatou elementos oriundos da Igreja de Atos, onde o Poder de Deus manifestava-se de forma visível, tal qual falou Jesus (Marcos 16:17-18), no Avivamento da Rua Azuza, onde se deu a 1ª manifestação pentecostal dos nossos dias no início do Século XX pôde ver-se Línguas, Profecias, Curas e outras manifestações irrefutáveis do Poder de Deus, que se enquadram perfeitamente nas características de Sinais, Prodígios e Poderes Miraculosos (Maravilhas) “, mesmo assim, ninguém denominou-se Apóstolo. E é importante que enfatizemos o fato de que o Movimento Pentecostal quebrou diversos paradigmas litúrgicos e institucionais, tais como, cultos inter-raciais, Ministério e Liderança feminina, produzindo ao longo dos anos uma Teologia diferenciada e uma fé de resultados.

OS APÓSTOLOS DOS SÉCULOS XX E XXI

É perfeitamente perceptível por parte de qualquer pessoa que seja observadora, que a igreja, apesar de todas as mudanças que vem sofrido ao longo dos séculos, não perdeu a sua identidade apostólica, pois ela sempre foi produtora de Sinais, Prodígios e Poderes Miraculosos (Maravilhas) “ sem que para isso precisasse que qualquer indivíduo intitular-se “Apóstolo”. Mas o que temos visto a partir dos últimos anos do Século XX e no início do Século XXI, é o surgimento de “MINISTÉRIOS APOSTÓLICOS”, mas afinal de contas, o que vem a ser isso? Deparamo-nos com indivíduos dizendo-se detentores de uma assim chamada “UNÇÃO APOSTÓLICA”, que colocam-se em posição de privilégio em relação aos demais “Mortais”, como sendo capazes de receber da parte de Deus, revelações, visões ministeriais, visões de bençãos, e de serem capazes de produzirem Sinais, Prodígios e Poderes Miraculosos (Maravilhas) “ como prova de seu “Ministério e Unção Apostólica.


APÓSTOLOS E APOSTÓLICOS

Os que identificam-se com a pregação e a “unção” dos chamados Apóstolos, denominam-se APOSTÓLICOS, são pessoas fervorosas, em alguns casos, com um nível de comprometimento com a obra, capaz de envergonhar à muitos crentes de outros ministérios. Os ministérios apostólicos possuem via – de – regra, uma particularidade: São regidos pela chamada TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, entre as literaturas preferidas dos apostólicos estão “clássicos” como: “BOM DIA ESPÍRITO SANTO”, “SENHOR EU PRECISO DE UM MILAGRE “(Benny Hinn) “ HÁ PODER EM SUAS PALAVRAS” (Don Gosset). O problema é que o “poder sobrenatural” do “Apóstolo” em questão geram, 1º, Um “endeusamento” do “Apóstolo” que chega às raias da idolatria, 2º, Um sentimento de presunção e soberba em relação aos outros crentes que não se denominam apostólicos e não possuem o seu “Apóstolo”, consequentemente não estão debaixo de um “envio”, o que acaba gerando um estado de dependência das palavras, das ações, das “bençãos” e da “unção do Apóstolo”.
O Brasil tem sido um campo fértil para o surgimento de “Apóstolos” e “Ministérios Apostólicos”, o mais antigo que se tem notícia é o “Apóstolo” Estevam Hernandes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, depois surgiram outros, como Renê Terranova o introdutor do G12 no Brasil, é o “APÓSTOLO G12”, César Augusto, fundador do Ministério Apostólico Fonte da Vida de Goiás, Rina, da Igreja Bola de Neve, Waldemiro, da Igreja Mundial do Poder de Deus, e até uma "Apóstola", Valnice Milhomes, ex-missionária da Missão Batista na África e fundadora do Ministério Verbo da Vida, dos ministérios "importados", temos o "Apóstolo" Jorge Tadeu da Igreja Maná de Portugal. Estes, entre outros, fazem parte de um conclave que reúne-se periodicamente, chamado de "Conferência Apostólica", onde a "unção apostólica" é amplamente discutida em sua plenitude. Mas não é "MARCA APOSTÓLICA" a operação de Sinais, Prodígios e Poderes Miraculosos (Maravilhas) ? Isso é verificado nos “Ministérios Apostólicos” atuais? Diz a Palavra:
23 Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis;24 porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. 25 Eis que de antemão vo-lo tenho dito. 26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. (Mateus 24:24).

A APOSTOLICIDADE À LUZ DA BÍBLIA

Procurei fazer uma acurada verificação bíblica, à cerca da apostolicidade, e encontrei algumas coisas bastante interessantes sobre o assunto:
Mateus 10: 1-20
1 E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades. 2 Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. 5 A estes doze enviou Jesus, e ordenou-lhes, dizendo: Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; 6 mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; 7 e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. 8 Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. 11 Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. 12 E, ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. 14 E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. 16 Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.17 Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18 e por minha causa sereis levados à presença do governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19 Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado que haveis de dizer. 20 Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.
II Coríntios 12:1-21
1 É necessário gloriar-me, embora não convenha; mas passarei a visões e revelações do Senhor. 2 Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe)foi arrebatado até o terceiro céu. 3 Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), 4 que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. 5 Desse tal me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. 6 Pois, se quiser gloriar-me, não serei insensato, porque direi a verdade; 7 E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; 8 acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; 9 e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte. 11 Tornei-me insensato; vós a isso me obrigastes; porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos demais excelentes apóstolos, ainda que nada sou. 12 Os sinais do meu apostolado foram, de fato, operados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e milagres. 13 Pois, em que fostes feitos inferiores às outras igrejas, a não ser nisto, que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoai-me esta injustiça. 14 Eis que pela terceira vez estou pronto a ir ter convosco, e não vos serei pesado, porque não busco o que é vosso, mas sim a vós; pois não são os filhos que devem entesourar para os pais, mas os pais para os filhos. 15 Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas. Se mais abundantemente vos amo, serei menos amado? 16 Mas seja assim; eu não vos fui pesado; mas, sendo astuto, vos tomei com dolo. 17 Porventura vos explorei por algum daqueles que vos enviei? 18 Exortei a Tito, e enviei com ele o irmão. Porventura Tito vos explorou? Não andamos porventura no mesmo espírito? Não seguimos as mesmas pegadas? 19 Há muito, de certo, pensais que nos estamos desculpando convosco. Perante Deus, falamos em Cristo, e tudo isto, amados, é para vossa edificação. 20 Porque temo que, quando chegar, não vos ache quais eu vos quero, e que eu seja achado por vós qual não me quereis; que de algum modo haja contendas, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos; 21 e que, quando for outra vez, o meu Deus me humilhe perante vós, e chore eu sobre muitos daqueles que dantes pecaram, e ainda não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram.
Como pudemos observar nestes textos bíblicos que relatam a apostolicidade na sua forma mais íntegra e fiel, e de cara já verificamos um total incompatibilidade com a postura, condições, atribuições e princípios éticos dos “Apóstolos” modernos em relação à apostolicidade narrada na Bíblia. Como se já não bastasse tantas diferenças, ainda encontramos outras disparidades: Podemos observar que todos os assim chamados “Ministérios Apostólicos” são adeptos de práticas místicas, como orações por carteiras, chaves de carros e de casas, utilização de copos d'água em cima de TVs
e rádios durante momentos de oração, para que após estes momentos, esta água deve ser bebida pelo ouvinte ou telespectador para que a benção possa vir sobre ele, além da mística que é criada em torno do “Apóstolo”, como pregador, abençoador, curandeiro, e exorcista.
Como se não bastasse todas essas irregularidades, existem “Apóstolos” que querem se colocar à cima desta condição, colocando-se quase como um “semi – deus”, e contrariando de forma explícita o que diz a Bíblia, Exemplos? Recentemente o “Apóstolo” Estevam Hernandes, colocou-se como “PAI ESPIRITUAL” de toda a Igreja Renascer em Cristo, e o “Apóstolo” Renê Terranova, denominou-se “ABBA PAI” , mas já dizia a Palavra: Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus? (Marcos 12:24) e Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus; (Mateus 22:29).
O fato, é que os desinformados apostólicos ERRAM quando não observam o que está escrito:
E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.(Mateus 23:9)
Pois é, os tais “Apóstolos” chamam para si e para os seus ministérios a “responsabilidade” de serem o maiores, senão os únicos detentores da verdade absoluta, gerando expectativas nas pessoas que por vezes não se cumprem, o que provoca uma frustração dos que não veem os seu investimento, de fé, dedicação e finanças transformar-se em bençãos, e ainda os fazem sentirem-se culpados pela sua “FALTA DE FÉ”, o que os leva muitas vezes ao abandono da fé ou a dobrarem os seus investimentos, o que em ambos os casos é maléfico. Isso sem falar nos escândalos de ordem pessoal, que resultam em prisões e situações onde a mídia se coloca de forma totalmente desfavorável, gerando ainda mais transtornos de natureza emocional, tendo os “Apóstolos” seguindo na contra-mão da recomendação de Pedro em sua 1ª Epístola: 2 Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; 3 nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.4 E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória. (I Pedro 5:2-4). E não atentam para o que diz Lucas: 1 Disse Jesus a seus discípulos: É impossível que não venham tropeços, mas ai daquele por quem vierem! 2 Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos. (Lucas 17:1-2).
Então queridos, não estou aqui questionando se deve ou não existirem Apóstolos e Ministérios Apostólicos, apenas produzi uma reflexão sobre a “realidade apostólica” atual. Se alguém quer ser Apóstolo, que seja, mais à maneira Bíblica, impossível? Ai é com você.
Aos Apóstolos, um aviso: 7 Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. 8 Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. (Gálatas 6:7)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ministério Feminino

Rompendo com paradigmas

Jesus de Nazaré é sem sombra de dúvidas, alguém surpreendente, Ele rompeu e rompe até hoje, a diversos paradigmas, impostos por legalismos, preconceitos, “tradições” e conceitos de religiosidade, que ironicamente, são atribuídas ao que alguém erroneamente chama de Cristianismo.
O Mestre de Nazaré andou na etapa terrena do seu ministério,com pessoas consideradas como escória da sociedade em que estava inserida, sem a menor contemplação,sem medo de críticas,ele dirigiu-se, a publicanos, pobres, samaritanos,a crianças e em especial a um grupo social de muito pouca importância no seu contexto de época, as mulheres.
Mulheres... Seres maravilhosos,belos em sua essência, onde fragilidade e força se confundem e se fundem como sendo uma única característica, seres frágeis, valentes, doces e impetuosas e queindependente de cultura. Elas com seu toque especial, deram ao ministério de Jesus uma conotação ímpar, e toda especial, nunca é demais lembrar, e sem querer aqui fazer comparações entre Jesus e outros líderes,gurus ou guias espirituais fundadores de religiões,ou criadores de filosofias de vida,
O Mestre da Galileia é o Único que tem relatado em sua história,passagens enaltecendo ou dando adevida importância a esse grupo tão descriminado ao longo do curso da humanidade.
Muitos indagam, sobretudo no seio de movimentos feministas,sobre onde isso começou, a pergunta é “Onde se iniciou esse preconceito?” Porque se pressupõe que a fragilidade feminina não seja motivo para tal descriminação. A verdade é que o nossa moderna cultura ocidental é bem mais influenciada por preceitos de tradição, religiosidade, legalismo e ética orientais que podemos enxergar, e era justamente nessas sociedades onde a mulher mais sofria e ainda sofre,é só ver o que passam até hoje as mulheres do Islã, o que até hoje ainda há reflexos em nosso moderno estilo de vida, porque será que mulheres com formação igual a de certos homens ganham menos para exercer a mesma função e na maioria das vezes com uma competência de fazer os mais altos executivos das maiores corporações, sentirem arrepios e terem pesadelos com aqueles colegas de saia,salto alto e batom, porque será?
Tem sido muito mais cômodo ao poder, enaltecer passagens tais como a de Gênesis 3:16

E À MULHER DISSE; MULTIPLICAREI SOBREMODO A DOR DA TUA GRAVIDEZ, EM MEIO A DORES DARÁS À LUZ FILHOS; O TEU DESEJO SERÁ PARA O TEU MARIDO E ELE TE GOVERNARÁ

Textos trabalhados de forma manipuladora, sem a devida utilização do contexto e que colocam no subconsciente masculino a preconceituosa ideia de sua superioridade em relação a mulher, determinando, muitas vezes sob alegação de seguirem preceitos divinos, o que as mulheres podem fazer em favor do Reino de Deus, já que pela sua condição dita subliminarmente inferior,não lhe compete exercer determinadas funções ou assumir determinados cargos,já que não possuem a
investidura divina” para tanto. I Corintios 14: 34 e 35 diz
34 AS MULHERES ESTEJAM CALADAS NA IGREJA PORQUE LHES NÃO É PERMITIDO FALAR; MAS ESTEJAM SUBMISSAS COMO ORDENA A LEI.
35 E SE QUEREM APRENDER ALGUMA COISA,PERGUNTEM EM CASA A SEUS PRÓPRIOS MARIDOS; PORQUE É INDECOROSO PARA A MULHER FALAR NA IGREJA







O contexto em que essa passagem foi escrita,remonta a uma sociedade patriarcal,onde apesar de Jesus,a mulher era colocada em condição inferior e tida como incapaz e sob a justificativa da indecorosidade, até mesmo o “falar” na igreja.
O fundamentalismo bíblico,sobretudo em nossos dias é moldado de acordo com as conveniências de grupos ou maiorias,onde se relativiza apenas o que é de interesse próprio,mas o interpretar os escritos divinos com interesses escusos,manipuladores,arrogantes e inapropriados, não é uma característica apenas do nosso meio ou dos nossos dias, Jesus já convivia com esse tipo de situação,principalmente quando chegou a Jerusalém, onde constantemente se deparava com fatos desta natureza, onde era confrontado com o que estava escrito, (nem o diabo deixou de fazer a sua tentativa de confundi-lo com o que estava escrito), mas Ele, desprovido de qualquer preconceito que fosse, desde que não confrontasse com a verdade ou fosse de encontro aos preceitos do Pai, o Mestre era contundente em suas respostas,mas até mesmo Jesus cansou de ver tanta hipocrisia naquela liderança religiosa e sentenciou:
AI DE VÓS, ESCRIBAS E FARISEUS HIPÓCRITAS! PORQUE PERCORREIS O MAR E A TERRA PARA FAZER UM PROSÉLITO; E , DEPOIS DE O TERDES FEITO, O TORNAIS DUAS VEZES MAIS FILHO DO INFERNO DO QUE VÓS. Mateus 23.25
O desabafo de Jesus denota a intolerância do Mestre com a religiosidade e o preconceito dos fariseus e escribas, que legislavam e regulamentavam práticas e costumes, então chegamos à conclusão que a aplicação teológica dos textos das sagradas escrituras deve ater-se à ideia central da mensagem, e não que devamos simplesmente copiá-las sem levarmos em consideração a nossa historicidade, o nosso contexto e a natureza da nossa sociedade, o que o Apóstolo Paulo enfatiza no texto de I Corintios 14: 26 a 39,é à cerca da ordem no culto, a ordem é algo inerente à nossa condição de seres civilizados, sem a ordem entramos no caos, mas observamos que a ordem, em detrimento ao preconceito é colocada de lado para dar lugar simplesmente ao que alguns consideram conveniente, e como é a maioria e a liderança que produzem o herege o fato se consuma, foi assim no tempo de Jesus e nas épocas a que se seguiram, foi assim que encontraram argumentos para matarem e Jesus e ironicamente ao longo da história, cometerem atrocidades em
nome Dele”, é algo que se formos analisar do ponto de vista da razão nos tomaremos tais fatos como inconcebíveis.
Imaginemos Jesus diante do que era feito na Idade Média,na venda de indulgências,onde podia-se “absolver do purgatório”, parentes falecidos,bastava que para isso,a moeda tilintasse no fundo do cofre da Santa Igreja Católica,ou seja,se o penitente fosse abastado,com certeza encontraria todos os seus entes queridos no Céu,caso ele fosse de poucas posses,passaria ele mesmo e seus familiares,por toda a eternidade,”ardendo no fogo do inferno. Ou ainda pense em Jesus na Santa inquisição”,vendo os julgamentos e as condenações a fogueira e a outras barbáries a que as pessoas eram submetidas em “Seu nome” no tribunal do “santo ofício” da igreja católica,em
acusações feitas sem nenhuma lógica, fundamento ou prova plausível,simplesmente porque alguémcom “autoridade espiritual”,definiu que assim o seria. Imaginemos Jesus diante das CRUZADAS, que levavam nobres cavaleiros e reis europeus com seus numerosos exércitos a viajarem por milhares de milhas a fim de livrarem a TERRA SANTA das mãos dos infiéis do Islã... Quanto sangue inocente derramado camuflando interesses escusos de riqueza e poder,e tudo isso em “Nome de Jesus” é assustador...
As mulheres, apesar do jugo que lhe é imposto por sua aparente fragilidade através dos séculos estão a cada dia conquistando novos espaços na sociedade e no Reino de Deus,a situação de atributos inerentes à esse “MIX” de fragilidade e força é algo que tem feito bastante diferença para esse sucesso. Essa formidável obra da criação divina reúne em sua constituição, coisas que os semelhantes do gênero oposto raramente desenvolverão,a menos que sejam mentalmente condicionados para isso o que leva bastante tempo e quase nunca é conseguido na plenitude,e Jesus, que nas palavras do terapeuta e escritor Augusto Cury, é o MAIOR PSICOLÓGO DE TODOS OS TEMPOS, em sua sensibilidade pôde logo detectar,e eu ouso dizer que o ministério de Jesus foi o
Divisor de águas” para que a mulher pudesse soltar-se das amarras que a prendiam e partisse rumo a conquistar aquilo que a ela era devido, e em contínuo uso da ousadia digo que se a igreja ainda não conquistou o espaço que lhe é reservado no contexto social,sobretudo em nosso país,é por não dar a mulher o espaço que lhe cabe na igreja, e a falta de uma unidade de pensamento do ponto de vista eclesiástico no tocante à essa questão, no que tange ao ministério feminino,é um estancadores da conquista deste espaço, fato esse que causa um prejuízo bem maior do que nos damos conta ao engrandecimento e a implantação do Reino de Deus em nossa terra,e que Deus não lance sobre nós o sangue daqueles que perecem pela nossa negligência no tratar de questões tão sérias.

A MULHER E O CONTEXTO ECLESIÁSTICO ATUAL (sua atuação e desafios propostos)
Seguindo a tradição,a mulher na igreja,em detrimento ao homem,é colocada na condição
de “AJUDADORA” é comum vermos entidades tais como “SENHORAS UNIDAS,SAF,SAS” e outras siglas e instituições que delegam à mulher, funções que estão bem aquém de sua capacidade intelectual e organizacional, presidentes de “ministérios sociais”,diretoras de orfanatos,de abrigos
de idosos, de departamentos infantis de igreja, intercessoras, ou quando muito diaconisas, já que o cargo,mesmo denotando liderança eclesiástica,ainda reflete a questão social, não que a mulher não tenha a capacidade para essas funções,muito pelo contrário, mas essas funções não lhes devem ser atribuídas, pelo simples fato de serem mulheres e por não serem capazes ou não poderem exercer outras funções, ai já entra outra questão, pois as funções supra-citadas podem ser exercidas por qualquer pessoa capacitada, independente do gênero,ai se descrimina também o homem que é capacitado para essas funções, que reúne o talento,a qualificação e não pode exercer a função ou
assumir o cargo pelo simples fato de ser homem e essa atribuição ser classificada como “trabalho de mulher” um absurdo machista que jamais poderia adentrar a igreja de Jesus...
A primeira vez que me deparei com o que chamavam de “ministério feminino”,foi um ano antes de eu ir para o seminário para estudar teologia,e referia-se à um debate em um congresso em que me encontrava, e que acontecia justamente na Instituição de ensino em que eu iria estudar, e que trataria sobre a questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral e ao cargo de presbíteras, aquilo me soou estranho e absurdo,e lá fui eu para o debate,todo armado de argumentos machistas para ser um ferrenho condenador daquilo que eu considerava uma ideia estapafúrdia, que só poderia partir da cabeça de algum teólogo liberal sem nada melhor para fazer além de escrever e exalar heresias por todos os poros, ao chegar no debate,fui confrontado com argumentos teológicos sérios que se não me convenceram totalmente de que eu era um machista cheio de preconceitos,me deixaram com uma tremenda “pulga atrás da orelha” no que dizia respeito a essa questão do ministério feminino.
O iniciar os meus estudos teológicos, eu tive o privilégio de conhecer e conviver com algumas jovens irmãs que me fizeram pela sua entrega advinda do Alto, mostrar que a Graça de Deus se derrama em termos de capacidade, delegação,envio e outros atributos, a qualquer ser humano que se disponha a fazer a obra, independente do gênero, e que qualquer que se disponha a colocar-se em posição de fazer valer o chamado que é feito a todos de estar na obra,cumprindo o “IDE” de Jesus,colocando-se na posição de servo, onde o Deus que não faz acepção de pessoas e que não está em sintonia com o pensamento pequeno ,mesquinho e preconceituoso do ser humano, qualifica a
qualquer um que com sinceridade de coração diga “Eis-me aqui, envia-me a mim...” e capacita a Bispos, Bispas, pastores, pastoras, missionários, missionárias, presbíteros, presbíteras, diáconos, diaconisas, o líder ou a líder de qualquer ministério que a obra de Deus seja carente,pois Deus não delega atribuições,cargos,funções e serviços por gênero.
Era difícil entender porque aquelas jovens que ministravam, ensinavam, pregavam,
evangelizavam, aconselhavam, exortavam, resolviam questões administrativas sérias em suascomunidades, não podiam batizar, impetrar a Benção Apostólica, ministrar ceia, o que as impedia?
Do ponto de vista divino eu creio que NADA as impedia, mas por estatutos impostos por homens e baseados em constituições de sociedades patriarcais,o seu ministério se via mutilado e incompleto, assim como eu creio que aquelas igrejas a que eram filiadas sofriam do mesmo mal.
É notório por diversos exemplos de cunho histórico, a capacidade de liderança e a competência da mulher nos mais diversos segmentos, na ciência, na medicina, no direito,na engenharia, na magistratura, no ministério público, nas artes, na oratória, e não podemos negar que tal capacidade é dada ao gênero humano, independente do sexo, e que esta capacidade não pode ser desconsiderada no Reino de Deus em hipótese alguma, e o aproveitamento de dons e talentos deve servir para
aparelhar a igreja na causa do Mestre.

O MINISTÉRIO FEMININO E A QUESTÃO HISTÓRICA
Existe uma corrente de pensamento teológico-machista (se é que isso existe...) que apega-se a informações históricas e a passagens bíblicas sem uma análise contextual séria, sem uma contemplação pormenorizada do aspecto social, antropológico e histórico da situação citada, para desqualificar a mulher no que tange à liderança e o exercício de determinadas funções no Reino e na obra de Deus, é comum vermos pessoas na igreja proferindo frases tais como “ Jesus não tinha nenhuma mulher entre os seus apóstolos...” Sim, e daí? É engraçado,mas também não vimos nenhuma mulher se acovardando ou negando a Jesus, esquivando-se mesmo de ir ter com Ele na via-dolorosa, aos pés da cruz ou ao sepulcro para cuidar Dele mesmo após a sua morte, também não vimos nenhum homem entre aos que Jesus fez a sua primeira aparição,e eu aprendo com isso que Jesus se mostra como verdadeiramente Ele é, a qualquer pessoa e a todas envia sem distinção, e ao longo do seu ministério foram as mulheres as que lhe dispuseram a maior dedicação,e fazendo isso sem interesses, como o de sentar ao lado Dele em seu trono, elas queriam simplesmente ter o prazer de desfrutar da presença e da companhia do Mestre,a MELHOR PARTE, e isso, conforme Lucas10: 42, “...isso não lhe será tirada.”
Outro ponto a favor da mulher é a liberalidade e o desprendimento ao serviço da causa do Mestre, fato esse que valoriza o trabalho feminino na obra, a palavra enfatiza essa característica feminina, Lucas 8: 1,2 e 3 relata bem isso...
1“LOGO DEPOIS DISSO, ANDAVA JESUS DE CIDADE EM CIDADE, E DE ALDEIA EM ALDEIA, PREGANDO E ANUNCIANDO 0 EVANGELHODO REINO DE DEUS OS DOZE IAM COM ELE, 2 BEM COMO ALGUMAS MULHERES QUE HAVIAM SIDO CURADAS DE ESPÍRITOS MALIGNOS E DE ENFERMIDADE; MARIA CHAMADA MADALENA, DA QUAL HAVIAM SAIDO SETE DEMÔNIOS. 3 JOANA, MULHER DE CUZA, PROCURADOR DE HERODES,SUZANA, E MUITAS OUTRAS QUE O SERVIAM COM OS SEUS BENS.”
É importante então que se veja, que mesmo sendo os evangelhos escritos no seio de uma sociedade patriarcal, onde os feitos femininos não eram comumente citados, eles não tiveram como negar a importância da mulher no ministério de Jesus, até porque nem era essa a intensão dos escritores, eles apenas se prendiam a elementos culturais e isso era feito de forma natural,o que na atual conjuntura não precisa ser copiado por nós como regra ou prática,uma vez que em nossa sociedade de direitos pressupostamente iguais, a mulher conquistou o seu espaço num estado democrático de direito, e ignorar esse fato e não fazê-lo somar a favor do Reino é no mínimo um retrocesso, para não chamar de uma ignorância sem limites e sem nenhuma explicação plausível.
A colocação da mulher na igreja primitiva era determinada sem dúvidas por questões culturais, naquela sociedade não existiam mulheres exercendo funções de liderança, atuando em cargos importantes ou mesmo secundários, naquela sociedade, pasmem a mulher era menos importante que o camelo, e as suas atividades limitavam-se a ser esposa, mãe, dona de casa, artífice de serviços domésticos e de menor importância,as viúvas eram dignas de compaixão, e as prostitutas eram a escória da escória, isso para não citar as adúlteras, que pela Lei de Moisés deveriam ser apedrejadas, o engraçado,é que não se adultera sozinho,e o homem com quem ela adulterava não é sequer citado na Lei,estranho não?
O que observamos hoje é um preconceito e um machismo muito parecido com o daqueles dias de Jesus,mas com outras motivações, naquele tempo se tinha verdadeiramente a ideia que a mulher era um ser inferior e que pela sua aparente fragilidade,incapaz de exercer determinadas funções ou de assumir determinados cargos,esse argumento hoje é desprovido de qualquer fundamento, sabe-se hoje que a mulher é capaz de qualquer coisa. Então,qual seria a motivação para esse machismo que
mesmo caindo em desuso em grande parte de nossas igrejas,ainda insiste em povoar nossos arraiais? Fatos mostram que as igrejas que tiveram abertura para o exercício do ministério feminino em sua plenitude, experimentaram um crescimento bem além das expectativas, além de melhorar a imagem da igreja como instrumento de quebra de paradigmas. Há alguns anos atrás,os homens reinavam absolutos em determinadas funções,cargos, profissões e serviços,sem sequer cogitar a possibilidade de ter que dividir o seu espaço com mulheres e muito menos serem ameaçados com a presença delas, mas estudiosos na área de recursos humanos hoje entendem que as características, qualidades e atitudes inerentes ao gênero feminino são essenciais ao exercício de inúmeras funções, inclusive nos cargos de chefia e liderança, a sensibilidade no trato de determinadas situações, a intuição feminina e a visão periférica, dão a elas pontos a mais em atividades que até então eram de exclusividade masculina,e isso é assustador para certos homens, imagine para a liderança de determinadas igrejas,onde mesmo tendo os homens no poder, possuem uma maioria feminina em seu rol de membros,como qualquer igreja ou sociedade composta por homens e mulheres, a possibilidade dessa maioria ascender na escala hierárquica pode ser um terrível pesadelo para essa liderança despreparada, que trata logo de elaborar “estudos” e mostrar “base bíblica” para que tudo fique exatamente como está, chegando mesmo à ridicularizar essa possibilidade, preservando assim os seus cargos, posições e para não falar dos seus próprios ministérios, pobres homens, não percebem eles que isso só provoca um sentimento de auto-defesa por parte delas e aquele chamado que fora reprimido durante tanto tempo começa a aflorar, conclamando-as a querer abraçar a obra.
Na maioria dos casos, por falta de visão da liderança, esse chamado é duramente rebatido,e muito comum vermos novos ministérios sendo fundados com mulheres à frente deles, e muito comum também vermos missionárias, pastoras e bispas terem ministérios cobertos das bençãos do Senhor, contrariando aos críticos, aos que as desdenhavam e até zombavam. Esse fenômeno não é exclusividade de nenhum segmento evangélico em particular,seja ele tradicional, pentecostal ou neo-pentecostal, mulheres que possuem chamado e que permaneciam “caladas na igreja” começam a pronunciar-se, a falar, a dizer o que pensam e o que Deus tem posto em seus corações dizerem,fazerem e serem no Reino. E quando a igreja tem abertura e visão da dimensão do que o ministério feminino é capaz de produzir,ela prova de um sentimento de plenitude de envio e de cumprimento de delegações divinas, pois ela passa a cumprir na íntegra o IDE Jesus.

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
Como todo e qualquer processo de transformação, a implantação do ministério feminino tem encontrado a resistência que é comum ao novo e ao diferente, a aversão à novidades é algo comum em grupos estabelecidos, sejam esses grupos igrejas, clubes, associações ou até mesmo sociedades secretas, e ousando novamente, eu digo que essa resistência ao novo, foi a principal opositora do ministério de Jesus Cristo,uma vez que o evangelho do Reino denota em boas novas,que por sinal é o sentido etimológico do termo “evangelho”,boas novas,então se somos evangélicos,somos pregadores de boas novas, e somos livres,nada pode nos prender, muto menos tradições,costumes ou regras feitas por pessoas que simplesmente não queriam ser ameaçadas em suas lideranças,já imaginaram se por exemplo,Martinho Lutero tivesse se calado diante das resoluções da Igreja de Roma,que afirmava a autoridade da BULA PAPAL era comparada a das sagradas escrituras e que apenas o PAPA decidia e que seria melhor para a cristandade,e dizia que ele deveria calar-se ao invés de pregar aquelas ideias “heréticas”? Muito provavelmente,hoje ainda estaríamos ajoelhados diante de estátuas,com um rosário bento nas mãos e pedindo a proteção de todos os santos e beijando relíquias “sagradas” o pior é que isso realmente poderia ter acontecido,pois todos os servos de Deus,sem nenhuma exceção,poderiam ter-se omitido,negligenciado ou até mesmo abandonado a
obra e terem dito NÃO ao chamado,pois juntamente com a capacidade,o ser humano é dotado de livre arbítrio e escolha própria,mas queremos crer que Deus sempre estará levantando servos e servas para fazerem a obra que outros deixam para trás.
Os Judeus tinham uma fé tradicional, repleta de rituais, de costumes que era por vezes mais venerado do que quem os instituiu, então aquele povo extremamente religioso e tradicional era radicalmente fechado a qualquer tipo de mudança que pudesse haver na prática da sua fé.
Quando Jesus apareceu,o povo judeus estava experimentando algo diferente e confuso, aquela geração não conhecera a invasão e a repressão de estrangeiros dentro de suas próprias casas, os relatos de outras gerações que haviam provado gosto amargo do Egito, da Babilônia e outras situações de cativeiro, sinalizavam historicamente ao coração daquele povo, que essa situação não lhes era confortável sob nenhum aspecto, imagine um povo que se tinha como POVO DE DEUS, que era profundamente nacionalista,carregados de sensações de impureza pelo simples fato de muitas vezes ter que respirar o mesmo ar que um estrangeiro respirasse, agora imagine esse mesmo povo ter que conviver dentro de sua própria terra com legiões de soldados romanos, cheios de arrogância e prepotência comum aos dominadores sob os dominados, é bem verdade que os romanos interagiam bem com os povos que dominavam, eles não interferiam em sua fé, em seus costumes e nem mesmo nos seus governos,tornando reis e governantes figuras decorativas, apenas para resolver questões de natureza interna de menor relevância. Nesse contexto histórico aparece Jesus de Nazaré, aclamado como o tão aguardado Messias,e aparece em meio a uma situação onde a prioridade de seu povo era libertar-se do jugo de Roma,o povo esperava um libertador, alguém que chamasse para si a responsabilidade, que assumisse a posição de Rei, que lançasse mão da espada e que reinasse como um Rei-General, e chega Jesus, filho de um carpinteiro, oriundo de Nazaré na região da Galileia, um homem comum, do povo,pregando uma “confusa” mensagem de amor, falando de arrependimento e redenção,isso numa sociedade onde a religiosidade misturava-se com a lei e a elite daquele povo era justamente a elite religiosa,que exatamente como a de hoje, pôde de cara perceber a ameaça que aquela mensagem proporcionava,e Jesus era constantemente confrontado por essa elite que a toda hora buscava pegá-lo em contradição e eram sempre interpelados a curvarem-se diante de sua sabedoria infinita, fico imaginando o desespero daqueles fariseus, sendo desmoralizados por um Homem a quem eles não conseguiam conceber a ideia de ser possuidor daquele conhecimento,e se que se comportava de maneira alternativa, convivendo com pescadores, publicanos, prostitutas, pobres de um modo geral,e MULHERES...
E nesse reinado as mulheres ao longo dos anos estão conquistando um espaço cada vez maior, e dizemos estão, porque o reinado está mais vivo que nunca.
O que vimos e hoje ainda vemos senão na mesma intensidade, mas travestido outras ideias ,mas bem vivo e sem dar mostras que um dia vai acabar é um machismo travestido de preceito bíblico, de tradição, de verdade absoluta, contrariando todo e qualquer ensinamento de Jesus que se envolvia e citava as minorias até em suas parábolas, e na verdade os homens,as pessoas do sexo masculino foram as que trataram de colocar a mulher no seu “devido lugar”, mesmo assim, o inevitável aconteceu, elas começaram a destacar-se, mesmo tendo a voz cerceada e o espaço limitado ao extremo, não se pode segurar uma “mola encolhida” por muito tempo, e por mais que ponham travas, um dia ela vai saltar!
Agora eu me remeto ao Antigo Testamento e observo o prenúncio da capacidade feminina nacondução de situações que poderiam ter tido um rumo totalmente diferente, não fosse a sensibilidade e o toque feminino. Em I Samuel 25, vemos a sábia atitude de Abigail, em ir pessoalmente ter com Davi pedindo que poupasse o seu marido Nabal, que de uma forma arrogante no tratar com o ungido do Senhor, sentenciou-se à morte, no entanto a atitude de Abigail não pode ser desprezada nem esquecida, tanto que Davi reconhecendo o seu valor,tomou-a como esposa para si.
E ao longo de todo o contexto bíblico, desde o primórdios vemos a atuação feminina de uma forma que nem todo o machismo e preconceito da época foi capaz de castrar, vemos Raabe, Ester, Rute, até chegar em Maria mãe de Jesus e Maria Madalena.
Há até alguns estudiosos que afirmam que Maria mãe de Jesus antecipou até o início do
ministério do Mestre,em João 2: 5, isso fica bem claro, mais uma vez a sensibilidade feminina enxerga a hora certa de agir, contrariando até a vontade de Jesus como se observa no versículo 4, e eu gosto de pensar que isso realmente aconteceu para que ao longo do tempo se pudesse ver a importância da mulher.
Fazendo uma análise apenas superficial do Novo Testamento, podemos observar que muitas das passagens do ministério de Jesus,onde o Mestre foi mais exigido no pronunciar-se, isso aconteceu, ou para justificar suas atitudes com relação à mulheres ou para justificá-las por suas atitudes com relação a Ele, pois o religiosos e populares da época,simplesmente repudiavam as atitudes de Jesus e o tratamento que Ele as dispensava. Jesus não só chamou a atenção para a importância da mulher no seu Ministério e no mundo como um todo, bem como iniciou o processo de inclusão da mulher em diversos contextos até então nunca cogitados,mostrando que a nossa
maneira de conduzir as situações são impregnadas de preconceitos e a nossa hermenêutica do quede fato dizia Jesus de Nazaré,continua tão confusa para nos,quanto era para os fariseus e para algumas pessoas daquele período,e pelos mesmos motivos, a falta de amor!
E essa preocupante situação de falta de amor é evidenciada em diversos aspectos da participação
da igreja no contexto da sociedade moderna,o ódio alimentado contra o pecado,é confundido com o ódio ao pecador. As drogas são sem dúvidas um terrível mal,mas os drogados precisam ser amados, o homossexualismo,é uma prática repugnante,mas os homossexuais são dignos de compaixão,amor e atenção,idem para as prostitutas,e hoje a igreja ainda julga e “apedreja” os autores de certas práticas pecaminosas e não percebem que estão cometendo um pecado com muito mais efeitos nocivos no sentido da coletividade,querem saber que pecado é esse? A falta de amor, e o AMAR INCONDICIONALMENTE, foi o que Jesus nem mesmo em seus últimos e sofridos momentos deixou de praticar,como quando em meio à sua prisão,e Pedro impulsivamente para defende-lo,cortou a orelha do soldado Romano Malco,conforme citam os evangelistas João no capítulo 18,versículos 10 e 11,e Lucas no capítulo 22,versículos 50 e 51,ou ainda,em meio ao auge da dor e do sofrimento humano,Ele a atende ao ladrão que ao seu lado estava,que pede para que se lembre dele que entrasse em seu Reino,conforme cita Lucas no capítulo 23,versículos 42 e 43.
Isso significa dizer que no quesito tolerância e compaixão,nos estamos bastante abaixo da média,e por este motivo,vidas estão se perdendo e indo para o inferno,simplesmente porque nos estamos fechados para vestir uma nova roupagem na velha,todavia inerrante mensagem do evangelho,de forma que o homem moderno,possa ser impactado pelo poder da Palavra, transformado pelo poder da Palavra e que essa Palavra possa de fato fazer diferença em suavida,porque essa palavra é a verdade e é VIVA porque a Palavra é Jesus,conforme cita João 1:1 a 18.
Então quando nos deparamos com situações como essas acima citadas,podemos entender facilmente o porque da mulher ser tão discriminada na igreja até os dias de hoje,pois se não sabemos agir com a premissa básica da nossa fé,que é o AMOR,como é então que vamos saber lidar com preconceitos? E por falar em amor,esse ponto,ou melhor,a falta dele tem retirado o trato que devemos ter em questões sérias como essa,pois no contexto eclesiástico em que estamos inseridos,crente briga com crente por causa de vaga para estacionar no culto de domingo a noite, pois é,nos vemos em meio a uma situação onde não se sabe agir com amor por uma questão de papel higiênico no banheiro do retiro de carnaval,quanto mais nas questões sérias, e isso é grave,pois a energia que gastamos discutindo o “SEXO DOS ANJOS” o inferno dá risadas e
ganha espaços preciosos na sociedade e na vida das pessoas,espaços estes,que deveriam estar sendo ocupados por nos!
A sociedade em que vivemos nos dias de hoje é deveras dinâmica,e cada vez mais despida de preconceitos,o que algumas vezes se confunde com inversão de valores e relativização de questões que principalmente para nos cristãos deveriam ser inegociáveis,e é bem verdade isso acaba provocando algumas deturpações,inclusive no evangelho que é pregado gerando situações complicadas,como o surgimento de igrejas gays, só para citar um exemplo,mas a luta contra o preconceito deve também ser uma bandeira de luta da igreja;
Efésios 6:12 porque a nossa luta não é contra o sangue e acarne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Então a leitura que devemos fazer deste texto, é que não devemos combater nem pecado e nem preconceito,usando de preconceito. Uma amiga minha,pastora foi a uma loja de instrumentos musicais para comprar uma guitarra para a sua igreja,o dono da loja que também era evangélico indagou-a: “Você é pastora?” Ao que ela respondeu,”Sim,eu sou pastora!” e ele perguntou “Mas não é você quem toma conta da igreja,é?” “Sim,sou eu” respondeu ela,o lojista não pôde disfarçar o seu olhar de reprovação diante da situação em que se encontrava,a pastora percebeu, e constrangida,retirou-se da loja,entrou na concorrente que ficava em frente,e adquiriu o instrumento... A que ponto chegamos.
Ainda falando em preconceito,existem muitos combatentes da causa do Mestre desperdiçando energia em batalhas sem causa,e na maioria das vezes o espírito de religiosidade é o “grande culpado” disso, nos preocupamos com coisas e situações irrelevantes se formos comparar ao nosso compromisso primaz,que é o da implantação do Reino de Deus,e isso acaba fabricando ASTRONAUTAS DA FÉ”, viventes de uma realidade sub-produzida que aspiram um Reino que eles não ajudam em nada a construir,o que é muito grave diante dos desafios que nos são propostos, pois enquanto crentes se preocupam com o gênero do obreiro,se o(a) obreiro(a) é casado ou solteiro,se ele usa paletó ou se ela usa saia,se ele usa barba,ou se ela corta o cabelo ou depilas as axilas e eles vão a praia ou se ela usa maquiagem,vidas estão se perdendo,e o GRANDE CAMPO MISSIONÁRIO, que é o mundo nos observa com reservas e nos tomam por gente estranha com costumes esquisitos e linguajar confuso,e isso é tudo que nos não somos,ou pelo menos tudo que não deveríamos ser,pois nos não fomos chamados para sermos simplesmente um exército ou uma academia,nosso principal papel neste mundo é o de sermos a maior reserva de amor que possa existir e se ter notícia,somos os produtores de uma cruel falta de amor,de intolerância e preconceito,ficamos nos vendo como aqueles carregadores de feira que pegam a sobra dos
alimentos e vão colocando nos lombos das cavalgaduras,estranho? Pode até parecer,mas é isso que fazemos,colocamos jugos pesados demais nas costas das pessoas,e jugos tão pesados que às vezes nem nos mesmos conseguimos carregá-los,nos esforçando para sermos tão somente a “RESERVA MORAL DA SOCIEDADE”,e o preço desse rótulo tem sido muito alto,tem custado vidas,nos temos sangue nas mãos e não estamos nos dando conta, estamos andando de mãos dadas com o farisaísmo,e na contra-mão dos passos de Jesus, absolutizando valores que deveriam ser relativizados,e relativizando valores que deveriam ser absolutizados. Mas do que estamos falando exatamente? Jesus em sua existência terrena,foi sábio no tratar,ético no proceder,comedido no falar, impetuoso no agir, transbordante no amar,e o reflexo destes valores,sobretudo da ética, é visto em todos o segmentos da sociedade,e até mesmo grandes pensadores e filósofos,como Imannuel Kant,que entre outros era ateu,seguia a ética cristã, ou seja, a influência de Jesus transpôs os “muros” do cristianismo, e isso seria o correto proceder daqueles que se denominam seguidores de Cristo,mas somos vistos como fanáticos,loucos,pessoas de mente fraca,manipuláveis,explorados por líderes inescrupulosos...Há quem diga que isso é simplesmente “obra do diabo”,eu penso que até tem o “dedo” do mal nisso,mas ficar colocando a culpa no diabo é muito fácil,mas o “mau-cheiro”de desculpa esfarrapada é eminente e inegável,e mais uma vez somos ridicularizados,ficamos vendo o diabo em todos os lugares,e retiramos de nos a nossa grande parcela de culpa por tudo isso que acontece. Mas voltando a falar em Jesus, o trato do Mestre em determinadas situações o levariam com certeza a se voltasse a terra para exercer o seu ministério,a talvez ser disciplinado por grande parte das denominações que o pregam hoje,o pior nisso tudo é que essa disciplina a que Ele seria
submetido,pouco ou nada tem a ver com os ensinamentos Dele. Ao contrário do que querem nos fazer acreditar,Jesus não nos deixou legados,usos ou costumes,e a grande quantidade de itens da tradição que temos hoje,foi desenvolvida após a partida do Mestre.
Os ensinamentos de Jesus dados no imperativo, foram ,”PREGAI”e”AMAI”,”FAZEI” isso ai é 'ORDEM' e é o que menos temos feito,os ensinamentos de Jesus incluíam FÉ e NEGAÇÃO A SI MESMO,e as tradições foram o BATISMO e a CEIA, que uns veem como ordenança,outros como sacramento,e é o que menos importa,,sendo que o principal argumento do ministério de Jesus,foi o AMOR,em nome do amor,Jesus negociou até o que seria a olhos humanos, cristãos inegociável, Jesus negociou, o atender primeiro os domésticos na fé:
Mateus 15:
21 E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de
Sidom. 22 E eis que uma mulher cananéia, que saíra
daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de
Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está
miseravelmente endemoninhada. 23 Mas ele não lhe
respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé
dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando
atrás de nós. 24 E ele, respondendo, disse: Eu não fui
enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25
Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me!
26 Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão
dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. 27 E ela disse: Sim,
SENHOR, mas também os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus senhores. 28
Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a
tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde
aquela hora a sua filha ficou sã.
Em nome do amor,Jesus negociou o que para nós,seria inegociável,que é a fé,o crer,Marcos 9:
:17 E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te
o meu filho, possesso de um espírito mudo; 18 e este, onde
quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os
dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o
expelissem, e eles não puderam. 19 Então, Jesus lhes disse:
Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até
quando vos sofrerei? Trazei-mo. 20 E trouxeram-lho;
quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou
com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se
espumando. 21 Perguntou Jesus ao pai do menino: Há
quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu;
22 e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o
matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de
nós e ajuda-nos. 23 Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes!
Tudo é possível ao que crê. 24 E imediatamente o pai do
menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! 25 Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. 26 E ele, clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. 28 Quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que não pudemos nós expulsá-lo? 29 Respondeu-lhes:Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum”
É isso, Jesus é de fato,esse turbilhão de amor,e o pior é que há pessoas que lêem textos assim e exclamam com toda propriedade, “Jesus é realmente misericordioso...” E isso se dar conta que a maior prova da misericórdia de Jesus, é a sua própria vida, pois os que pensam assim,bem como todos os habitantes da terra, são AGRACIADOS pela misericórdia e pelo AMOR MAIOR,e observem o paradoxo no tratar do Mestre nessas duas situações distintas,numa ele foi movido pela fé da mulher cananéia, Ele não “teve” argumentos diante de tamanha fé,e na outra Ele se comoveu com a falta de fé do pai do moço possesso do espírito maligno,isso me faz lembrar um cântico que
era entoado na igreja da minha infância,que dizia assim em sua primeira estrofe:
O amor de Jesus é maravilhoso, alto é,
intransponível, profundo também,mas acessível,a sua
extensão é incomparável, sim há grande amor...”
De fato essa dimensão de amor e somado a ele a incondicionalidade ,deveria ser o espírito que deveria estar impregnados no coração do povo de Deus,ao invés de um espírito de religiosidade que nos arrasta para longe que de fato é a nossa missão,nos colocando iguais a “fantasmas de filmes de 2ª categoria rodados em meados do século XX, arrastando correntes pesadíssimas”,que nos impedem de caminhar na velocidade e com a mobilidade que deveríamos,pois por causa dessas correntes” não temos conseguido “acabar a carreira (II Tim.4:7)” que nos está proposta”, correr arrastando correntes de fato não é algo fácil de ser feito, então libertemo-nos dessas correntes de
preconceito, libertemo-nos destas correntes de falta de amor, libertemo-nos destas correntes de falta de sensibilidade e prossigamos em servir!